O desespero banha as ruas com sangue
Pinta as paredes em vermelho plasma...
O desespero transforma homem em animal
Constrói um maníaco...
O desespero gera violência
O doce amor sádico bárbaro-urbano...
O doce beijo de uma bala perdida que acerta um alguém tão desconhecido quanto à pessoa que a disparou...
O desespero gera prostitutas...
Um entretenimento adulto, de curto prazo, uma necessidade dionisíaca que a vida solitária traz...
O desespero cria um assaltante que com um discurso niilista expressa em seu jargão: eu não tenho nada a perder...
O desespero gera o vicio
Angustia enlouquecedora fazendo com que a felicidade tenha sentido na ponta de uma seringa
O desespero gera o gozo dos lunáticos!
De uma angustiante sociedade “apolínea”, trancada em cubículos a pensar, a sonhar...
Gera...
Um voyeurismo consumista que sai tão caro quanto uma prostituta, tão viciante quanto uma droga e que é fruto do mesmo desespero...
O desespero é o cara da esquina com a arma na mão, o estuprador, é o pai de família, é um homem com a corda pendurada no pescoço.
O desespero toca os ouvidos com buzinas, tiroteios, gritos...
O desespero lhe da um beijo e vai embora
Da mesma forma que lhe da um tiro
O desespero gera vida, amor, ódio...
Foto
Autor: Alexander Kharlamov
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